Uma avanço significativo acaba de ser alcançado por uma equipe de pesquisadores do IRB Barcelona, liderada pelos Drs. Maria Macias e Angel R. Nebreda. Eles lançaram luz sobre uma nova forma da proteína p38a, uma enzima essencial na regulação de várias funções celulares e envolvida em doenças como câncer, inflamações crônicas e distúrbios neurodegenerativos. Esta descoberta, publicada na revista
Nature Communications, poderia explicar por que o design de inibidores eficazes contra esta proteína tem sido, até agora, infrutífero.
Até o momento, os estudos sobre a p38a concentravam-se em sua forma "reduzida", conhecida por ser ativa na célula. A nova forma "oxidada" identificada pela equipe de pesquisa caracteriza-se por uma ponte dissulfureto, alterando a estrutura da proteína e tornando-a inativa. Esta inatividade é temporária e depende do estado redox da célula, um equilíbrio entre condições oxidantes e redutoras. Isso significa que a proteína pode recuperar sua função normal em certas condições.
A importância desta descoberta reside no fato de que as formas oxidadas da p38a oferecem novos caminhos para o desenvolvimento de medicamentos. De fato, o conhecimento desta forma inativa abre a porta para a criação de inibidores que poderiam alvejar especificamente a proteína sem afetar outros processos celulares.
Esta visão sobre como a p38a é regulada nas células poderia levar a tratamentos mais eficazes e específicos para doenças ligadas a esta proteína, marcando assim um ponto de virada na pesquisa farmacêutica.
A pesquisa também contou com a colaboração do laboratório do Dr. Modesto Orozco na Universidade de Barcelona e Nostrum Biodiscovery, com financiamento de várias instituições como o Ministério Espanhol da Ciência e Inovação e o Conselho Europeu de Pesquisa.
Fonte: Nature Communications