Cédric - Sábado 7 Dezembro 2024

As lentes de contato são realmente seguras? 👁️

Elas são pequenas, invisíveis quando usadas, e atraem pela praticidade. No entanto, as lentes de contato levantam questionamentos quanto à sua segurança. O que realmente escondem essas finas membranas colocadas sobre nossos olhos?

Em uma investigação aprofundada na França, o jornal 60 Millions de consommateurs revelou a presença de substâncias químicas e microplásticos no núcleo desses dispositivos oculares. Entre as descobertas, 241 compostos classificados como "extremamente preocupantes", incluindo o dióxido de titânio e o bisfenol A, frequentemente criticados por seus efeitos nocivos à saúde.


Imagem de ilustração Pixabay

As investigações também destacaram a emissão de microplásticos pelas lentes. Essas partículas, liberadas durante o uso, às vezes incluem silicone, amplamente utilizado nas lentes gelatinosas de hidrogel. Os produtos testados, comprados em lojas físicas ou online, não escaparam a essa constatação.


Por outro lado, algumas preocupações foram descartadas: os seis PFAS buscados, poluentes apelidados de "eternos", não foram detectados em simulações de líquido lacrimal. Da mesma forma, não foi demonstrada, até o momento, migração de substâncias SVHC para as lágrimas.

No entanto, as pesquisas atuais deixam muitas áreas em aberto. Os fabricantes, alegando segredo industrial, não revelam a composição exata de suas lentes. Essa falta de transparência dificulta a avaliação dos riscos para a saúde ocular e sistêmica.

Outros pontos que chamam atenção referem-se às lentes coloridas ou com filtros UV, onde foi identificado dióxido de titânio em escala nanométrica. Considerado potencialmente cancerígeno, esse composto levanta dúvidas quanto ao seu uso em contato direto com os olhos.

Além das questões de saúde, o impacto ambiental das lentes chama atenção. Sua degradação gera milhares de microplásticos por grama. Quando descartados de forma inadequada, esses resíduos representam um risco para a fauna aquática. É, portanto, importante descartar lentes usadas no lixo doméstico, e não nos encanamentos.

Apesar dessas constatações, os riscos precisos para os usuários ainda são difíceis de determinar. A investigação exige cautela e defende estudos mais aprofundados para entender melhor os impactos de longo prazo dos materiais e partículas detectados.

Enquanto isso, os especialistas lembram a importância de uma higiene rigorosa para limitar os riscos infecciosos associados ao uso das lentes, assim como uma escolha criteriosa dos produtos de manutenção.

Por que o dióxido de titânio é problemático nas lentes de contato?


O dióxido de titânio, usado em algumas lentes de contato para colorir ou filtrar os raios UV, é classificado como cancerígeno em sua forma nanométrica pela União Europeia. Sua toxicidade está relacionada à sua capacidade de produzir estresse oxidativo nas células.


Quando presente nas lentes, ele pode migrar para o líquido lacrimal, embora os estudos ainda não tenham comprovado migração significativa. No entanto, a exposição prolongada pode representar riscos, especialmente em caso de contato direto com os tecidos oculares.

Esse composto também levanta preocupações ambientais. As lentes descartadas de maneira inadequada liberam dióxido de titânio nos ecossistemas aquáticos, ameaçando a fauna.

Mais pesquisas são necessárias para entender melhor os riscos, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: 60 Millions de consommateurs e France Info
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