Cédric - Sexta-feira 15 Março 2024

O Ártico poderá ficar sem gelo já em 2035!

Um estudo recente publicado na Nature Reviews Earth & Environment nos alerta sobre um fenômeno alarmante: o oceano Ártico poderá estar "livre de gelo" já em 2035, muito antes do previsto. Essa perda antecipada de gelo é principalmente atribuída às emissões de gases de efeito estufa.


Imagem ilustrativa Pixabay

De acordo com essa pesquisa, entre 2035 e 2067, os meses de setembro poderão regularmente não ter gelo na região ártica. No entanto, "livre de gelo" não significa a completa ausência de gelo, mas sim uma redução para menos de um milhão de quilômetros quadrados, ou seja, cerca de 7% da superfície total do oceano Ártico.

O derretimento acelerado do gelo marinho, devido às emissões de gases de efeito estufa, transformará o oceano Ártico, passando de uma paisagem branca no verão para um oceano azul. Essa perda de gelo terá consequências dramáticas no ambiente local e global.


Os ursos polares, focas e morsas, que dependem do gelo marinho para seu habitat e alimentação, serão gravemente ameaçados. Além disso, a redução do gelo levará a um aumento do albedo da região (sua capacidade de refletir os raios solares, permitindo devolver parte dessa energia para o espaço), ampliando, assim, o aquecimento global. Ondas mais altas também podem acelerar a erosão costeira.

As consequências se estendem também às comunidades humanas que vivem perto da região ártica. De fato, o gelo marinho desempenha um papel essencial na proteção contra ondas e tempestades, e sua ausência as exporá mais a desastres naturais e erosão costeira.

Contudo, ainda resta algum esperança: o gelo marinho ártico é resiliente e pode se reformar rapidamente se as emissões de gases de efeito estufa forem reduzidas. Mas, para evitar uma ausência prolongada de gelo no Ártico, é imperativo manter as emissões no nível mais baixo possível. Assim, embora o derretimento do gelo marinho ártico seja inevitável, a frequência e a severidade desse fenômeno dependem de nossas ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Reviews Earth & Environment
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