Cédric - Sexta-feira 13 Setembro 2024

Aqui estão os superpoderes que os mosquitos têm para nos localizar

Os mosquitos são conhecidos por sua capacidade de detectar humanos à distância, principalmente graças ao dióxido de carbono (CO₂) que expiramos e aos odores corporais.

No entanto, um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara revelou outro mecanismo sofisticado: esses insetos também utilizam a radiação infravermelha emitida pelo calor corporal para localizar suas presas.


Imagem ilustrativa Pixabay

Durante décadas, cientistas têm procurado entender os métodos que os mosquitos utilizam para encontrar seus hospedeiros. Embora tenham uma visão limitada, mosquitos como Aedes aegypti podem captar diversos sinais como o CO₂ e os odores humanos. No entanto, esses indícios podem ser perturbados por elementos externos, como o vento. É por isso que a equipe de pesquisadores explorou a possibilidade de que os mosquitos possam, como algumas espécies animais, detectar a radiação infravermelha.


Os pesquisadores realizaram uma experiência em laboratório onde mosquitos fêmeas foram expostos a duas zonas distintas, ambas impregnadas com odores humanos e CO₂. Apenas uma dessas áreas também emitia radiação infravermelha a uma temperatura de 34 °C, similar à da pele humana. Os resultados mostraram que a adição da radiação infravermelha dobrava a atividade de busca por hospedeiros nos mosquitos. Esse comportamento foi observado até uma distância de 70 cm.

Esta descoberta revela que os mosquitos integram a radiação infravermelha como um sinal adicional para localizar eficazmente suas presas. No entanto, esse sinal infravermelho é eficaz apenas em combinação com outros indícios, como o aumento do CO₂ e o odor humano. Os pesquisadores também identificaram a presença de proteínas termosensíveis, especialmente TRPA1, nas antenas dos mosquitos, que reagem a essa radiação infravermelha.

O estudo também destaca a importância das roupas na prevenção de picadas. Roupas largas permitem dissipar a radiação infravermelha emitida pelo corpo, tornando assim a detecção mais difícil para os mosquitos. Esses resultados abrem caminho para a criação de novos repelentes e armadilhas para mosquitos, oferecendo soluções promissoras para a saúde pública, particularmente na luta contra doenças transmitidas por mosquitos como a dengue, a febre amarela e o Zika.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature
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