Cédric - Quinta-feira 26 Setembro 2024

Ao fim de 45 anos, esta aldeia submersa ressurge na Grécia

Uma aldeia engolida pelas águas ressurgiu na Grécia. As ruínas de Kallio, submersas desde 1979 para criar o lago Mornos, estão novamente visíveis. A aldeia foi sacrificada para fornecer água a Atenas, mas a mudança climática agora ameaça este recurso vital.


Devido às ondas de calor sucessivas, o nível do lago Mornos caiu 30% nos últimos meses. Casas, uma escola e uma igreja, antes submersas, reaparecem. Imagens captadas por drones testemunham esse retorno inesperado. Segundo dados da Eydap, a companhia regional de distribuição de água, a redução de 40 metros no nível do lago é alarmante. Um morador, Yorgos Iosifidis, observa os restos de sua casa familiar e as de seus primos com uma tristeza resignada.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, exorta a população a reduzir o consumo de água diante desta situação crítica. Ele defende uma gestão mais rigorosa dos recursos hídricos, lembrando que "teremos menos água no futuro". Paralelamente, os habitantes da Ática, a região em torno de Atenas, são convidados a adotar comportamentos mais econômicos. Campanhas de conscientização nos meios de comunicação e nas redes sociais incentivam a evitar o desperdício.


As autoridades locais também implementaram estratégias para ativar fontes de água adicionais, a fim de reforçar a rede de abastecimento de água da região. Esta medida visa a mitigar os déficits temporários causados pela redução no nível dos reservatórios.

No entanto, a situação continua preocupante, pois a Grécia ainda utiliza uma proporção muito elevada da sua água disponível, ou seja, 85%, para a irrigação agrícola. Esse uso intensivo para as necessidades da agricultura destaca a necessidade de adotar medidas mais drásticas e repensar as prioridades na gestão dos recursos hídricos.


O ressurgimento de Kallio é uma lembrança de um fenômeno semelhante ocorrido no início dos anos 1990. A perspectiva de ver a aldeia emergir com mais frequência reforça a urgência de agir contra a mudança climática.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: CGTN
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