Cédric - Sábado 22 Fevereiro 2025

O que aconteceria se um buraco negro microscópico atravessasse o seu corpo? 🧐

Imagine por um momento: um buraco negro minúsculo, pouco maior que um átomo, atravessando o seu corpo. Essa imagem, digna dos piores pesadelos, é capaz de causar pavor. No entanto, essa questão, que parece saída da ficção científica, foi recentemente objeto de um estudo científico sério.


Pesquisadores se debruçaram sobre esse cenário: o que aconteceria se um buraco negro microscópico encontrasse um ser humano?

Buracos negros primordiais: os anões cósmicos


Os buracos negros "primordiais" são objetos teóricos, ainda nunca observados. Se existirem de fato, os cientistas acreditam que eles teriam se formado nos primeiros instantes do Universo, logo após o Big Bang. Diferentemente dos buracos negros estelares, muito mais massivos, eles seriam extremamente pequenos, alguns com tamanho próximo ao de um átomo. Sua existência ainda precisa ser comprovada, mas eles despertam grande interesse, pois poderiam constituir parte da matéria escura.


Segundo a teoria, seu tamanho e massa poderiam variar bastante. Em um artigo recente, pesquisadores se concentraram naqueles cuja massa é comparável à de um asteroide, ou seja, da ordem de 10¹³ a 10¹⁹ quilogramas. Uma massa assim implicaria um diâmetro de um micrômetro.

Esses buracos negros primordiais, se existirem, seriam vestígios do Universo primordial, testemunhas das condições extremas que prevaleceram nos primeiros instantes após o Big Bang. Seu estudo poderia nos trazer informações valiosas sobre essa época distante e sobre a formação das estruturas cósmicas. Por enquanto, a pesquisa se concentra nos impactos que um buraco negro desses poderia causar ao atravessar um corpo humano.

Forças de maré: a gravidade em ação


A gravidade de um buraco negro é tão intensa que nada (nem mesmo a luz) pode escapar dela. Essa força gravitacional se manifesta por meio de "forças de maré". Uma força de maré é a diferença de gravidade entre duas partes de um objeto. Se um buraco negro microscópico atravessasse um membro, o efeito seria comparável a uma picada de agulha. As forças de maré seriam muito fracas para causar danos significativos, exceto... se essa força fosse exercida em uma parte muito sensível do corpo.

De fato, se o buraco negro passasse pela nossa cabeça, as consequências poderiam ser fatais. As células cerebrais são muito sensíveis e poderiam ser destruídas instantaneamente. É importante notar que esses efeitos dependem da massa do buraco negro. Quanto maior a massa, mais intensas são as forças de maré. Assim, os pesquisadores calcularam que um buraco negro com a massa de um pequeno asteroide poderia causar danos significativos, até mesmo mortais, ao atravessar certas áreas do corpo humano.

Ondas de choque: um perigo mais sério


Mas a força de maré não é o único risco gerado por um buraco negro desses! Sua passagem através da matéria também geraria uma onda de choque, uma perturbação que se propaga pelo meio circundante. Essa onda de choque é comparável à produzida por uma explosão ou um objeto se movendo em velocidade supersônica. Ela transporta uma grande quantidade de energia e pode causar danos significativos aos tecidos biológicos.


A onda de choque produzida por um buraco negro microscópico seria extremamente rápida e energética. Ela poderia causar rupturas celulares, hemorragias internas e lesões graves aos órgãos. A gravidade dos danos seria proporcional à massa do buraco negro. Os pesquisadores estimaram que um buraco negro com a massa de um pequeno asteroide poderia gerar uma onda de choque capaz de causar danos mortais a um ser humano. A onda de choque se propagaria pelo corpo, destruindo células e tecidos em seu caminho.

Um encontro improvável


Embora os efeitos de tal cenário sejam potencialmente graves, a probabilidade de que ele ocorra é mínima. O Universo é imenso, e os buracos negros primordiais (se existirem) são extremamente raros. Estima-se que seriam necessários bilhões de anos para que um evento desses acontecesse.

Assim, embora a ideia de um buraco negro microscópico atravessando nosso corpo possa parecer assustadora, trata-se de um cenário altamente improvável. Podemos, portanto, continuar dormindo tranquilamente.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Arxiv
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